segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

... o tempo ... as palavras ... (carta-poesia)

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... enquanto no meu corpo o desejo sabe ainda que instável que ainda tem muito o que experimentar descobrir conquistar no teu há uma chama ardente por recolher as últimas gotas de prazer neste deserto mundano e eu que achava que a juventude é que era ansiosa desesperada e que o tempo só acalmava pacificava purificava é que das duas três talvez eu já tenha nascido muito velha antiga mesmo ou você é que se renova como mágica ... digamos assim que você é um tanto ávido demais para a minha imortalizada infância não que eu dimensione as expressões por gentileza mas por desejar em vão ajustá-las à exata sensação mesmo sabendo ainda que as palavras são sempre ásperas demais para tantas sutilezas que são voláteis, volúveis deveras são imprecisas inflexíveis e portanto já anteriormente falíveis as palavras são inexoravelmente equivocadas por princípio são deturpadas retorcidas coradas entretanto ainda se exige a comunicação então só restam as palavras tortas e estagnadas e nem tanto pesar pela palavra em si pior é o uso definível que se faz dela ...
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