terça-feira, 19 de julho de 2011

Trabalhadores da Cultura, é hora de perder a paciência!

ÚLTIMA PLENÁRIA ANTES DA MANIFESTAÇÃO!

NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, ÀS 19H,
ACONTECERÁ A ÚLTIMA PLENÁRIA ANTES DA MANIFESTAÇÃO
CONTRA A FALTA DE PROGRAMAS E POLÍTICAS CULTURAIS DO GOVERNO FEDERAL.
SERÁ UMA GRANDE MANIFESTAÇÃO COMPOSTA POR TRABALHADORES DA CULTURA
DE SÃO PAULO E CIDADES PRÓXIMAS.
LEIA O MANIFESTO E NÃO DEIXE DE COMPARECER
AO ENCONTRO NO STUDIO 184 (PRAÇA ROOSEVELT, Nº 184)
PARA SABER A DATA, HORÁRIO E LOCAL DA GRANDE MANIFESTAÇÃO.

TRABALHADORES DA CULTURA, É HORA DE PERDER A PACIÊNCIA!

Link do Manifesto:
http://www.cooperativadeteatro.com.br/informes/2011/54/manifesto.pdf

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movimento artístico contra a falta de políticas culturais

Sua principal meta é ver aprovada uma “política pública de cultura
que não esteja sujeita às leis de mercado, que seja justa, descentralizada,
possibilite o acesso da população à produção e fruição dos bens culturais,
o acesso aos fundos públicos através de editais e leis transparentes
e esteja vinculada a um projeto de sociedade
sem as imensas desigualdades sociais vigentes hoje no país”.

O grupo tem como lema a frase “Trabalhadores da Cultura, é hora de perder a paciência”,
inspirados pelo poema Quando os Trabalhadores Perderem a Paciência, de Mauro Iasi.

Confira os principais tópicos discutidos na reunião do dia 11/07
... mais em http://www.cooperativadeteatro.com.br/2010/?p=4935 ...


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É HORA DE PERDER A PACIÊNCIA!

O Movimento de trabalhadores da cultura
quer tornar pública sua indignação e recusa
ao tratamento que vem sendo dado à cultura deste país,
aprofundando e reafirmando as posições defendidas desde 1999,
no Movimento Arte Contra Bárbarie.

A arte é um elemento insubstituível para um país
por registrar, difundir e refletir o imaginário de seu povo.

Cultura é prioridade de Estado,
por fundamentar o exercício crítico do ser humano
na construção de uma sociedade mais justa.

A produção artística vive uma situação de estrangulamento
que é resultado da mercantilização imposta à cultura e à sociedade brasileiras.
O estado prioriza o capital e os governos municipais, estaduais e federal
teimam em privatizar a cultura, a saúde, a educação ...

É esse discurso que confunde uma política para a agricultura com dinheiro para o agronegócio;
educação com transferência de recursos públicos para faculdades privadas;
incentivo à cultura com Imposto de Renda usado para o marketing,
servindo a propaganda de grandes corporações.

Por meio da renúncia fiscal – em leis como a Lei Rouanet -
os governos transferem a administração de dinheiro público,
destinado à produção cultural, para as mãos das empresas.
Dinheiro público utilizado para interesses privados.
Esta política não amplia o acesso aos bens culturais e
principalmente não garante a produção continuada de projetos culturais.

Em 2011 a cultura sofreu mais um ataque: um corte de 2/3 de sua verba anual
(de 0,2% foi para 0,06% do orçamento geral da União)
em um momento de prosperidade da economia brasileira.

Esta regressão implicou na suspensão
de todos os editais federais de incentivo à Cultura no país,
num processo claro de destruição das poucas conquistas da categoria.

Enquanto isso, a renúncia fiscal da Lei Rouanet
não sofreu qualquer alteração
apesar de inúmeras críticas
de toda a sociedade.

Trabalhadores da Cultura, é HORA DE PERDER A PACIÊNCIA:
Exigimos dinheiro público para arte pública!

Arte pública é aquela financiada por dinheiro público, oferecida gratuitamente,
acessível a amplas camadas da população – arte feita para o povo.
Arte pública é aquela que oferece condições
para que qualquer cidadão possa escolhê-la como seu ofício
e, escolhendo-a, possa viver dela – arte feita pelo povo.

Por uma arte pública tanto nós, trabalhadores da cultura,
como toda a população tem seu direito ao acesso irrestrito aos bens culturais,
exigimos programas – e não um programa único–
estabelecidos em leis com orçamentos próprios,
que estruturem uma política cultural contínua e independente
– como é o caso do Prêmio Teatro Brasileiro,
um modelo de lei proposto pela categoria
após mais de 10 anos de discussões.

Por uma arte pública exigimos Fundos de Cultura, também estabelecidos em lei,
com regras e orçamentos próprios a serem obedecidos pelos governos
e executados por meio de editais públicos, reelaborados constantemente
com a participação da sociedade e não apenas nos gabinetes.

Por uma arte pública, exigimos a imediata votação da PEC 236,
que prevê a cultura como direito social, e também imediata votação da PEC 150,
que garante que 2% do orçamento da União seja destinado à Cultura,
nos padrões propostos pela ONU, para que assim tenhamos recursos
que possibilitem o tratamento merecido à cultura brasileira.

Por uma arte pública, exigimos a imediata publicação
dos editais de incentivo cultural que foram suspensos
e o descontingenciamento imediato da já pequena verba destinada à Cultura.

Por uma arte pública, exigimos o fim da política de privatizações
e sucateamentos dos equipamentos culturais,
o fim das leis de renúncia fiscal,
o fim da burocratização dos espaços públicos
e das contínuas repressões e proibições que os trabalhadores da cultura
têm diariamente sofrido em sua luta pela sobrevivência.

Por uma arte pública queremos ter representatividade dentro das comissões dos editais,
ter representatividade nas decisões e deliberações sobre a cultura,
que estão nas mãos dos interesses do mercado.
Por uma arte pública, hoje nos dirigimos à Senhora Presidente da República,
aos Senhores Ministros da Fazenda e às Senhoras Ministras do Planejamento e Casa Civil,
já que o Ministério da Cultura, devido seu baixo orçamento encontrar-se moribundo e impotente.

Exigimos a criação de uma política pública e não mercantil de cultura, uma política de Estado,
que não pode se restringir às ações e oscilações dos governos de plantão.

O Movimento de Trabalhadores da Cultura
chama toda a população a se unir a nós nesta luta.

...


sábado, 17 de julho de 2010

...etc...


... para quem estava na abertura - e que pena não ver o adamastor lotado como nas outras mostras - fica o registro de que a secretaria convidou a população à USUFRUIR e APROPRIAR-SE dos espaços culturais da cidade, bem como ressaltou a necessidade de serem cobrados ...
... fica uma dúvida ainda quanto ao discurso, mas a ser focada mais adiante ...

... e fica também certo agradecimento ... pois, melhor do que ver um bom espetáculo ocupando o teatro - seja ou não da cidade e seja ou não apropriado ao evento e seja ou não por motivos alheios - é contar com a gentileza de verdadeiros artistas que se dispõem à troca de experiências e valorizam o ofício sobre os palcos e a relevância do estudo para tal ...

... agradecendo assim a gentil disponibilidade destes artistas ... e lamentando a falta de divulgação costumeira e a abertura ser numa sexta à noite - talvez a razão de muitos artistas da cidade não poderem comparecer ... ou não ... enfim ...

http://www.orkut.com.br:80/Main#CommMsgs?cmm=33651161&tid=5494934961835165977&na=4

sábado, 16 de janeiro de 2010

ano novo ano todo vida toda nova

... tem aquela hora em que estamos prestes a vomitar ... de tanta coisa dentro, tanta coisa enraizada, entranhada, tanta coisa que vem de fora, que afeta, que é ruminada, retomada ... é tanta, tanta, tanta coisa, coisa, coisa ... que vem essa hora que precisa tudo, tudo, tudo sair ... sair ... SAIR !!! ... e que TUDO vá pra fora naquela hora precisa, certeira, aguda ... da forma como tem de ser ... na forma que precisa ser ... pela forma que deve ser ... saindo, parindo, gerando ... ando ... ando ...

sábado, 23 de agosto de 2008

...avidaédesnaturadaesomostodosfilhotesdecãosemdonogemendodefriodefomededorenoserguendotitubeantesemnossasfrágeisquatropatasmaissolitáriasdomundoebuscandoumbocadinhoquesejadeconsolodeaconchegodepiedadeenosdeparandocomhorizontesplenosdevaziodesilusãoemedoechoramingandoatéastripasdocoraçãoemecoinfindoumavezmaiseaprendendonacordabambadavidadoamordedeuscompatastortasacaminhar...

sábado, 7 de abril de 2007

... por Deus ...

... agradeço, Senhor, por tudo o que tenho, que tive, que hei de ter ...e muito mais por tudo o que sou, que fui, que hei de ser ... e, sobretudo, que amo, que amei, que hei de amar ...


" AMOR A ELE
Através de meus graves erros - que um dia talvez eu os possa mencionar sem me vangloriar deles - é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, se não isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada. "


" (...) E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais. Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. (...) Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais."


" (...) Minha grande altivez: preciso ser achada na rua."


" (...) Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus! (...) "


Clarice Lispector, diversas crônicas.

Nina Simone - Ain't got no/ got life

" Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweaters
Ain't got no faith, ain't got no beard
Ain't got no mind
Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no love, ain't got no name
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God

What have I got?
Why am I alive anyway?
Yeah, what have I got?
Nobody can take away

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got the life

I got a headache, and toothache,
And bad times too like you,
I got my hair, I got my head (...)
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got life, I'm gonna keep it
I've got life, I'm gonna keep it "

Nina Simone - Ain't got no/ got life

... aprendendo a ser amada ... (trecho de Clarice Lispector)

... enquanto o 'iorgut' não vem ...

" (...) 'Você é uma menina muito engraçada, você é uma doidinha', dissera ele. Era como um amor.
Não, eu não era engraçada. Sem nem ao menos saber, eu era muito séria. Não, eu não era doidinha, a realidade era meu destino, e era o que em mim doía nos outros. E, por Deus, eu não era um tesouro. Mas se eu antes já havia descoberto em mim todo o ávido veneno com que se nasce e com que se rói a vida - só naquele instante de mel e flores descobria de que modo eu curava: que me amasse, assim eu teria curado quem sofresse de mim. (...) que podia eu fazer ? eu já sabia que eu era inevitável. (...) Ali estava eu, a menina esperta demais, e eis que tudo o que em mim não prestava servia a Deus e aos homens. Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro. (...)
(...) E foi assim que (...) lentamente comecei a aprender a ser amada, suportando o sacrifício de não merecer, apenas para suavizar a dor de quem não ama. (...) "

Clarice Lispector, Travessuras de uma menina (noveleta), em A descoberta do mundo.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Perdão (poesia)

***
Perdão

Meus olhos se fecham
Minha respiração é lenta
Minha boca arde sedenta
E não é água que sacia minha sede
Minhas pernas, tão pesadas
Minhas mãos num profundo suspiro
Meu corpo frio mal pode reagir
E uma lágrima corre para o chão
Não ... até meu abraço
Corre livre e absoluta
Como louca bailarina
Num rumo inconsciente
Ah! Meus pés se agitam
Desejosos de ação
Cheios de inveja
Da gota que louca corre
Minhas idéias não têm lógica
Meu raciocínio parado
E em minha frente, imagens
De um tempo feliz
Em que vivia solto na vida
Em que vivia em paz
E todo feito de euforia
Agitado como ventania
Que sopra pra todo lado
E derruba tudo que se encontra intacto
Vários estragos
Mas muita animação
Ventania ...
E andava por entre a areia da praia
Arrastando os pés e os sonhos
O mar ...
As ondas indo e vindo
Debatendo-se contra as pedras
E rindo, felizes ...
E agitadas como a ventania ...
... Sonhos ...
Voando como um raio
Cortando o céu em mil pedaços
Dançando leve por entre as nuvens
Tocando leve as luzes mais coloridas
... Minhas pernas ...
Deslizando feito água cristalina
Festejando com faíscas e estrondos
Até mesmo pequenos flocos brancos
Que enchiam minhas mãos diversas vezes
... Suspiros ... Saciam minha sede ...
Ah! Tudo era tão lindo
Tão cheio de vida
... Sonhos ...
Sim, sonhos !
Por entre uma vida corrida
Agitada como ventania
Como mar, céus, águas ...
Vida de negócios, planos diversos
Projetos miraculosos e preocupações
Tantos contratos, papéis e vitórias
Subindo espantosamente pela escada do sucesso
“Minha vida ?
Fica pra depois
Depois e além do topo
De onde eu possa ver tudo de cima
Altivo, sublime e dono de tudo
Dono da verdade, da vida e do destino
E vou então encher-me de felicidade
De coisas que forem de meu agrado
E tirar todo sofrimento e dor que possa ter
Todas as pessoas que me fizerem entristecer
Distante do passado e dum futuro cortante”
... Raios ...
“Mas vai valer à pena
Todo este esforço e esta luta
Vão ser recompensados neste dia
E tudo que fiz vai valer à pena
E vai ficar pra trás
Todo meu esforço e minha luta
Todo o desespero que senti
E meus medos, meus pesadelos”
... Sonhos ...
“Realizar meus sonhos
E sentir-me total seguro
Até chegar o dia ...”
Ah ! Mas que besteira
Toda batalha foi em vão
Agora arde a flecha
Em meu peito tão sofrida
Ardente também é meu aroma
Amargo e seco vai caindo
E se quebrando pela escada
Sucesso ...
As imagens se confundem
Minha infância vem à tona
Minha família, minha mãe
Mãe ...
Sempre me disse tanto
Mas nada do que falou ouvi
Pega-pega ... cabra-cega ...
Um mundo cruel te espera
Esteja preparado contra a frieza das pessoas
Contra a dureza da vida
Arme-se contra eles
Bombas, foguetes, canhões
Naves ... de brinquedo ...
Sonhos ... Brincadeira ...
Ventania ... de alegria e riso
Amor ... Filho !
Alegria ... amor ... ventania ...
Por toda a minha vida
Esqueci o que me disse
E não me lembro
Filho ... querido ...
Esperança ... ventania ... frio ...
Meu corpo ... minha vida ...
Sonhos ... pesadelos ... medo ...
Amor ... o mar ... mãe ...
Esqueci o que me disse
Quero lembrar
Preciso lembrar, saber
Corre-corre ... vida corrida ...
Não se esqueça, filho
Não vou esquecer
Não posso ... não consigo lembrar ...
Mãe ... medo ... ventania ...
As imagens estão desaparecendo
As idéias estão sumindo
Pesadelo ... medo ... mãe !
Escuro ... frio ...
Indo ... ondas ... vindo ...
Sonhos ... ajuda ... filho ... mãe ... ajuda ... ajuda ...
Pensamento voando raio
Cortando céu, nuvem, sonho
Mãe ... medo ...
Voando rápido, rápido demais
Ajuda ... desespero ... luta ... recompensa ...
Rápido demais ! ... chegar o dia ...
Voando tanto pelo céu
E se estraçalha no mais profundo oceano
Sonhos ... pesadelos ... luta ... passado ...
Num profundo suspiro
Por toda a eternidade
Estraçalhado.
Suspiros ... pequenos flocos braços ...
Uma lágrima corre bailarina ... areia ... sede ...
Filho ... vida corrida ... sucesso ...
Vida corrida ... vida !
Filho, viva !
Amor ... alegria ... ventania ...
Viva sua vida ! ... filho ...
Mãe ... tristeza ... agora lembro ...
Vida ... viva ... filho ... vida !
Mãe ...
Agora não ...
É tarde ...
Demais, ...
É ?! ...
............................................................
***

Talvez Felicidade II (poesia interrompida)

***
Talvez Felicidade II
Talvez minto
Mas talvez a paz que sinto
A vontade de esquecer que existo
E que existe um mundo a me cercar
Talvez te ver
A agitação em meu ser
Se fazendo e me fazendo renascer
E teu vulto a se aproximar
Talvez a meiguice em teu olhar
A magia que reside em teu sorriso
Que eu não resisto
Talvez o que me diz
Ouvir me faz feliz
E me faz aprender
Talvez o que pode me ensinar
As idéias que tenta me mostrar
Os ideais que podemos viver
Talvez o teu problema
Talvez o meu dilema
Talvez apenas solidão
Talvez ilusão
Ou talvez uma verdade
Que me traz felicidade
Uma vontade em confusão
Que não se faz confissão
Que talvez você saiba
Talvez já soubesse
Talvez tua malícia
Tua carícia
Tua maldade
Talvez seja meu carma
Talvez não seja nada
Ou tudo
Talvez excitante aventura
Um instante, uma loucura
Talvez carência
Ou contradição
Talvez influência
Talvez doença
Talvez compaixão
Talvez seja alguma ajuda
Talvez minha, talvez tua
Talvez ingenuidade
Talvez crueldade
Talvez sinal ou lembrança
Talvez seja meu presságio
Ou então uma mudança
Talvez seja sonho
Talvez meu pesadelo
Talvez desejo
Talvez apenas um beijo
Talvez uma brincadeira
Uma percepção
Uma razão desconhecida
Um acaso louco da vida
Ou ato incontestável do destino
Uma falsa impressão
Talvez uma estranha visão
Talvez uma prova
Um gosto variado
Talvez uma evolução
Talvez um caminho atordoado
Talvez um delírio
Um brilho do coração
Talvez uma dança
Talvez a voz, a melodia
Uma constante canção
Talvez minha alma gêmea
Meu ausente pedaço
Talvez inconsciente
Talvez
...
***

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Opostos ou Complementares ou Talvez Felicidade (poesia)

***
Opostos ou
Complementares ou
Talvez Felicidade:

Talvez desatento do mundo
Ou desalento profundo
Talvez tormento e pranto
O sofrimento de um santo
Talvez imundo e talvez tanto
E talvez nasce verdade
Talvez ferido minto
Ou perdido cada vez sinto
Talvez mesmo escondido existo
E caído ainda resisto
Talvez tinto e talvez insisto
E talvez nasce realidade
Talvez magia do destino
Ou já conhecia seu tino
Talvez seja fantasia e mimo
Ou talvez azia e limo
Talvez felino e talvez íntimo
Ou talvez nasce maldade
Talvez o querer em teu sorriso de lírio
O prazer que me dá teu riso
Talvez um saber propício e martírio
Ou ver de leve um indício
Talvez o que preciso, vitalício
Talvez nasce individualidade
Talvez a nuança do universo de um passo
Ou a herança do seu inverso
Talvez a lembrança de um travesso traço
A esperança de seu avesso
Talvez submerso, talvez amanheço
Ou talvez nasce unidade
Talvez no mirante o naufrágio de um dilema
Um alucinante presságio
Excitante viagem ao problema
Pedante passagem
Talvez poema ou miragem
Talvez nasce luminosidade
Sonata latente
Serenata insolente
Talvez arma, talvez carma aparente
Talvez nasce racionalidade
Medo variado
Cedo amaldiçoado
Talvez soneto, talvez preto e pesado
Talvez nasce moralidade
Desejo em total demência
Beijo e inconsciência
Talvez meigo, talvez leigo e carência
Talvez nasce humildade
Talvez doença, malícia ou astúcia
Talvez a recompensa: carícia de pelúcia
Talvez nasce sanidade
Sua loucura aguda
Aventura muda e crua
Ajuda nua e pura
Talvez nasce seriedade
Ou talvez brincadeira rouca
De qualquer maneira louca
Inteira em tua boca
E talvez nasce salubridade
Numa narcose de prosa e de gozo
Uma psicose deliciosa
Efeito de glicose precioso
E nasce talvez falsidade
E talvez me diz, feliz
Algum sinal
E talvez se faz paz
Longe de todo mal
Talvez eu quis bis
Dessa dose fatal
E talvez no cais jaz
A neurose final
E que talvez Liz me traz
Felicidade ...
***

Destruição (poesia-música)

***

Destruição ...

... Olhe, por toda parte
Não há mais nada pra se ver
E se sentir

Pedaços por todo lado
Cadáver podre no chão
Aroma doce e amaldiçoado
Penetrando e rompendo a razão
Solidão corre livre e louca
Por entre panos e mãos
E um futuro sabor na boca
Desespero e esvair
Do coração ...

Com toda a calma chegando
Sonhos e desejos matando
Coragem e agora saciando
Passado não importa para mim
Só queria ficar assim
Mas não ...

Explodindo e se levando
E lavando alma e mente
Sacudindo e esmagando
E deixando o céu dormente
E a noite escura é quente
E oculta o que se sente
Agitando brusco e vulcão
E restando apenas
Ilusão ...

***